História de Maria Dorotheia Joaquina de Seixas [2ª] (Marília de Dirceu)


Verbetes / Volume
30322 / V.6
Maria Dorotheia Joaquina de Seixas [2ª]
30328 / V.6
MARIA DOROTHEIA JOAQUINA DE SEIXAS [2ª] [MARÍLIA DE DIRCEU], n. 04-10-1767 em Vila Rica, b. em Vila Rica, f. 10-02-1853 tb. em Vila Rica. Lê-se no seu registro de batismo: "Aos 08-11-1767 na igreja matriz de Nossa Senhora do Pilar, de Vila Rica, batizei e pus os santos óleos a Maria, inocente, filha legítima de Balthazar João Mayrinck e de Maria Dorotheia Joaquina de Seixas. Foram padrinhos o atual vigário, o padre Antônio Corrêa Mayrinck (tio da batizada) e Maria do Rosário (sua avó paterna), esta residente no Rio de Janeiro". Maria Dorotheia faleceu em sua casa, conhecida como Solar dos Ferrões, herdada de seu tio João Carlos Xavier da Silva Ferrão [v. 30318], assim como todos os imensos haveres de que era proprietária. Teve funeral à noite, conforme o costume da época. Amortalhada com vestido virginal e grinalda de flores de laranjeira, símbolo de virgindade, foi enterrada na sepultura nº 11 da capela-mor da matriz de Antônio Dias, em Vila Rica [Leal, p. 31]. Maria Dorotheia Joaquina de Seixas foi imortalizada como "Marília de Dirceu" nas liras de THOMAZ ANTÔNIO GONZAGA [30328a], n. 11-08-1744 no Porto, f. 1809 em Moçambique, para onde fora degredado. Filho de João Bernardo Gonzaga (b. 29-08-1709 no Rio de Janeiro; advogado formado em Coimbra; desembargador; nomeado ouvidor-geral de Pernambuco em 1751) e de Thomazia Izabel Clarque [Clark], de origem inglesa. Em 1752 Thomaz Antônio Gonzaga foi encaminhado para o colégio da Companhia de Jesus em Salvador e permaneceu ali até o fechamento da instituição, em 1759, quando da expulsão dos jesuítas do Brasil. Retornou a Portugal em 1761 e formou-se advogado em Coimbra em 1768. Foi juiz de fora em Beja, onde se tornou amigo da família do visconde de Barbacena, Luiz Antônio Furtado de Mendonça, que mais tarde, em 1788, viria a ser o governador da capitania de Minas Gerais. Em 27-02-1782 foi nomeado ouvidor-geral e provedor das fazendas, dos defuntos, dos ausentes, capelas e resíduos da comarca de Vila Rica, tendo assumido o cargo no mesmo ano. Foi também desembargador. Aos 22 anos de idade, depois da prisão de Thomaz Antônio Gonzaga, MARIA DOROTHEIA JOAQUINA DE SEIXAS [2ª] retirou-se para a fazenda do pai, o Fundão das Goiabas, em Itaverava, chorando e sonhando com o amado "Dirceu", indo poucas vezes a Vila Rica. Em seu testamento, contemplou dois sobrinhos como herdeiros: Francisca de Paula Manso de Seixas [v. 30797], solteira, companheira inseparável até a morte, e Anacleto Teixeira de Queiroga [v. 30342], sobrinho que criou como filho, educando-o desde a tenra idade até a formação superior como médico, no Rio de Janeiro. Maria Dorotheia Joaquina de Seixas e Thomaz Antônio Gonzaga haviam marcado casamento para o dia 30-05-1789, na matriz de Antônio Dias, a maior e mais importante de Vila Rica, situada em frente ao Solar dos Ferrões, residência da noiva. Entretanto, sete dias antes, em 23-05-1789, ele foi preso, por estar ligado à Inconfidência Mineira. Assim terminava o grande romance com aquela que viria ser cantada em verso e prosa como "Marília de Dirceu". Thomaz Antônio Gonzaga, degredado, partia em 21-05-1792 para Moçambique, na África, onde viria a falecer [Brandão; Candido, 2006, p. 118-30, 687-8; Lopes, p. 352-62; Maxwell, p. 117-26; Vasconcellos, p. 415- 23].

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O protagonismo feminino em Minas Gerais: Maria Dorotéia Joaquina de Seixas (1767-1853)
de Ana Cristina Magalhães Jardim em Temporalidades – Revista de História

O mito de Marília de Dirceu - 1792 a 1889 - REPOSITÓRIO
de Ana Cristina Magalhães Jardim
Universidade Federal de Ouro Preto - Mariana, 2014

Anexos


casamento: Carlos José e Emerenciana

Transcrição da certidão de casamento de Carlos José de Mello e Emerenciana Joana Evangelista de Seixas - 1817