ANTÔNIO CARVALHO DE ALMEIDA [1º do nome], n. em Santo Aleixo, de Além Tâmega, em Ribeira de Pena, Arcebispado de Braga, em Portugal, f. provavelmente depois de 1768, ano do casamento de seu filho Antônio, e antes de 1778, quando do casamento de sua filha Anna Maria, na fazenda Taboca, no atual município de Esperantina. Segundo Miguel Borges [1878, p. 138], Antônio Carvalho de Almeida e sua esposa foram os primeiros habitantes do lugar Batalha. Conforme pesquisas recentes de Valdemir Miranda de Castro [comunicação pessoal, agosto de 2014 - v. 40.950], o lugar Batalha surgiu a partir da carta de data da sesmaria Caraíbas, concedida em 18-07-1737 a Maria Eugênia de Mesquita Castello Branco pelo governador da província do Maranhão e Grão-Pará, João de Abreu Castello Branco. Em terras dessa sesmaria, Antônio Carvalho de Almeida fundou uma fazenda situada na margem direita do rio Longá, lindando com terras de Manoel da Costa Madureira.
"Antonio Carvalho de Almeida tinha como irmãos Manoel de Carvalho e Silva e Almeida; o padre Miguel de Carvalho; Manoel de Almeida; e Antonio Sanches de Carvalho; e era filho de Izabel de Almeida e de Domingos Dias da Silva. Sobrinho materno do padre Thomé de Carvalho e Silva (tinha o domínio eclesiástico da parte Norte do Piauí) e do padre Miguel de Carvalho e Silva. Neto materno de Catharina de Almeida (segunda do nome) e de José da Silva Carvalho. Bisneto materno-materno de Catharina de Almeida (primeira do nome) e de Domingos Carvalho. Primo em segundo grau do padre Miguel de Carvalho e Almeida - também conhecido como padre Miguel de Carvalho (que foi o primeiro vigário do Piauí e que tinha o domínio eclesiástico da parte central do Piauí); do padre Inocêncio Carvalho de Almeida (tinha o domínio eclesiástico da parte Sul do Piauí); de Antonio de Carvalho e Almeida (que foi Capitão-mor do Rio Grande do Norte, entre 14.03.1701 e dezembro de 1705) e de Domingos Carvalho de Almeida (que nunca veio ao Brasil e que era o mais velho)" [Valdemir Miranda de Castro em 2014, 2015 e novembro de 2016]. Todos eles com origem em Santo Aleixo, de Além Tâmega, em Ribeira de Pena, arcebispado de Braga, em Portugal. Hoje Ribeira de Pena fica no distrito de Vila Real (Carvalho, 2016:297-334).
O padre Thomé de Carvalho e Silva, entre 1728-1735, construiu a catedral da Mocha, vila que posteriormente deu origem à cidade de Oeiras. Em 1762, Oeiras passou a ser a sede da capitania do Piauí. A freguesia do Longá foi a segunda freguesia criada no Piauí, em 1713. Em 1723 existiam somente três freguesias no Piauí: Oeiras, Longá e Piracuruca.
O padre Thomé de Carvalho e Silva [v. 40.612], que havia sido o vigário da Mocha, atual Oeiras, recebeu terras na freguesia do Longá por serviços prestados à capitania do Piauí e à Igreja, tendo fundado ali as fazendas Victoria e Tranqueira, ao longo do rio Longá, do lado direito do rio acima. A parte Norte do Piauí esteve sob o domínio político e eclesiástico do Maranhão com o padre Thomé de Carvalho e Silva.
O padre Miguel de Carvalho e Almeida também conhecido como padre Miguel de Carvalho, foi o primeiro vigário do Piauí, construiu em 1697 uma igrejinha de taipa no povoado da Mocha, criando a primeira freguesia (povoado, sob o aspecto eclesiástico), a de Nossa Senhora da Vitória. O povoado veio a se chamar vila da Mocha em 1717. O licenciado padre Miguel de Carvalho deixou um documento referente à colonização do Piauí, considerado o mais antigo de que se tem conhecimento: "Descrição do sertão do Piauí". Oeiras, 02 de Março de 1697". Endereçado ao bispo de Pernambuco, esse relatório está arquivado no Conselho Ultramarino, em Lisboa [Ennes, 1938, p. 370-89]. A parte Central do Piauí esteve sob domínio político eclesiástico de Pernambuco com o padre Miguel de Carvalho. O padre Inocêncio de Carvalho e Almeida foi nessa época pároco da freguesia de São Francisco da Barra do Rio Grande e da freguesia de Paranaguá, que estavam sob jurisdição pernambucana. Existe um relatório do ano de 1697, do padre Inocêncio, em que este diz ser irmão do padre Miguel de Carvalho, primeiro vigário e fundador da freguesia de Nossa Senhora da Vitória, em terras desmembradas da paróquia de Cabrobó, em Pernambuco. A parte Sul do Piauí esteve sob domínio político eclesiástico da Bahia com o padre Inocêncio de Carvalho e Almeida. [Carvalho, 1697 (1838), 1993; Carvalho, 1970; Carvalho, 2005; Carvalho, 2007, p. 65-70, 82-4, 89-114; Castello Branco Filho, 1984, p. 21, 39; Chaves, 2005, p. 137, 146, 418-21; Machado, 2002; Melo, 1983; Mello, 1988, p. 18].
No século XVII, as minas de ouro onde hoje se encontra a cidade de Jacobina (conhecida também como Jacobina do Norte ou Jacobina Velha), na Bahia, atraíram os bandeirantes paulistas. No início do século seguinte a exploração ainda era clandestina, mas a partir de 1722 a mineração passou a ser controlada pela Coroa portuguesa. Em 1726, por provisão do Conselho Ultramarino, o governo da Metrópole mandou criar uma casa de fundição no município baiano. A arrecadação passou em pouco tempo a cerca de 3.841 libras de ouro. Antônio Carvalho de Almeida veio para o Brasil para servir à Coroa portuguesa como capitão de ordenanças na guarnição militar de Jacobina. Em 1723 existiam no Piauí somente três freguesias (o equivalente a vila ou povoado, nos termos da administração eclesiástica): Oeiras, Piracuruca e Longá. Na época, a freguesia de Campo Maior pertencia ao bispado de Pernambuco. O padre Thomé de Carvalho e Silva, que havia sido o vigário da Mocha, atual Oeiras, recebeu terras na freguesia do Longá por serviços prestados à Igreja, fundando ali as fazendas Victoria e Tranqueira, ao longo do rio Longá. Antônio Carvalho de Almeida e o seu tio, o padre Thomé de Carvalho e Silva, pleitearam e receberam cartas de data de sesmaria em 1739, por serviços prestados ao reino de Portugal, em seus nomes e nos nomes dos três filhos de Antônio. Sustentaram o pleito no fato de ali terem fundado fazendas de gado vacum havia mais de 33 anos, ao longo do rio Longá, do lado direito, rio acima, entre a atual divisa com o município e a antiga freguesia de Piracuruca, no estreito do rio dos Matos (antigo Mato Grosso), onde começava a fazenda da Victoria, até a fazenda Boa Esperança, passando pela fazenda da Tranqueira, até lindar com a antiga fazenda Taguary, na confluência do riacho Taguary. Antônio Carvalho de Almeida [1º do nome] casou-se em <1726>, em Parnaíba, com MARIA EUGÊNIA DE MESQUITA CASTELLO BRANCO [40.612a], n. <1710> em Parnaíba, f. provavelmente no sítio Batalha, onde hoje se encontra a cidade de Batalha. Filha de João Gomes do Rego Barros [v. 40023] e de Anna Castello Branco de Mesquita. Antônio Carvalho de Almeida [1º do nome], depois de se casar, retornou ao seu posto na guarnição de Jacobina Velha, na Bahia, onde nasceram quatro de seus filhos. O casal se transferiu definitivamente para a fazenda Victoria, situada em terras do atual município de Esperantina, poucos anos antes de receber as cartas de data de sesmarias, em 1739, visto que as fazendas Boa Esperança, Tranqueira e Victoria estavam até então nas mãos do padre Thomé de Carvalho e Silva [Carvalho, 2007, p. 69-77, 83-9; Castro, 1999, Anexos; Chaves, 2005, p. 418-21; Ferraz et al., 1926, p. 15, 18; Machado, 2002, p. 21; Melo, 1983; Pires Ferreira, 1958, v. 15, p. 537]. Antônio Carvalho de Almeida [1º do nome] e Maria Eugênia Mesquita Castello Branco construíram sua casa-grande no sítio (local) da fazenda da Victoria e lhe deram nome de Taboca. A casa-grande foi edificada na margem esquerda da confluência do riacho Tabocas com o rio Longá, no antigo município de Parnaíba, depois Barras, atual Esperantina. Foram pais de: