30338b / Volume 6
EMERENCIANA JOANA EVANGELISTA DE SEIXAS teve posteriormente um longo relacionamento às escondidas com CARLOS JOSÉ DE MELLO [30338b], n. 1770 em São João del-Rei, f. em Vila Rica, sendo o casamento consumado em 25-05-1817 no oratório privado da casa-grande, no mesmo Solar dos Ferrões, depois do nascimento das duas filhas do casal. Em 1799 Carlos José de Mello foi transferido para Vila Rica, ocasião em que conhece Emerenciana. Assentou praça no regimento de cavalaria de São João del-Rei. Em 1798 foi promovido a alferes, em 1808 a ajudante de regimento, em 1814 a capitão, chegando finalmente ao posto de coronel. Em 1821 foi honrado com o título de Benemérito da Pátria, pelos relevantes serviços prestados à capitania de Minas Gerais. Irmão de José Antônio de Mello, casado em 1780, em Vila Rica com Josepha Fideles Molina de Velascos. Filho do dr. Antônio José de Mello e de Joana Feliz da Silva, de família radicada em São João del-Rei. Emerenciana, em fins do século XVIII, em Vila Rica, no período imediatamente posterior à Inconfidência mineira, foi a grande mulher liberal, por contingências da vida e da história. Foi protegida por suas duas irmãs, Anna Ricarda e Maria Dorotheia Joaquina, a primeira muito bem casada com Valeriano Manso da Costa Reis [v. 30796], a segunda conhecida como "Marília de Dirceu" [v. 30328], moça eternamente chorosa pelo destino de seu amado Thomaz Antônio Gonzaga [v. 30328a]. Anna Ricarda protegeu a irmã durante as duas gestações de Emerenciana, recolhendo-a em sua casa na Chácara dos Manso, nos arredores de Vila Rica, assim como se dispondo a ser madrinha, mesmo depois de viúva, da sobrinha Maria de Mello [v. 30341]. Maria Dorotheia, por sua vez, foi a benfeitora do sobrinho Anacleto Teixeira de Queiroga [v. 30342], a quem criou como filho, e protetora da sobrinha Carlota Joaquina de Mello [v. 30357], ao batizá-la como madrinha. Foi também Maria Dorotheia quem organizou o casamento da irmã Emerenciana com Carlos José de Mello, no oratório privado do Solar dos Ferrões, residência do tio delas, o brigadeiro João Carlos Xavier da Silva Ferrão [v. 30318] [Leal, p. 38-45]. Ali teve início o primeiro grande romance "público" de Vila Rica, romance que até hoje permanece "guardado", "escondido". Não foi o de Marília de Dirceu com Thomaz Antônio Gonzaga, que mal existiu, mas, sim, o de Emerenciana, primeiro com o maduro Manoel Teixeira Queiroga e depois com o jovem oficial Carlos José de Mello. A história da linda e jovem Emerenciana mereceria uma reconstituição histórica à altura de sua vida, por tudo o que ela amou, pelo que viveu e sofreu, por não ter podido criar junto de si os filhos. Os três, entregues debaixo de sigilo a pessoas de sua confiança, ficaram sempre sob a velada proteção da mãe, coadjuvada pelas duas irmãs, Anna Ricarda e Maria Dorotheia. Emerenciana Joana Evangelista de Seixas e Carlos José de Mello foram pais de: |