Árvore genealógica de Natália Silva


--


Natália Silva
n. -
 
CÔNJUGE(s)
José Guimarães Neiva Moreira
1917 - Barão de Grajaú (MA)


FILHO(s) de Natália Silva e José Guimarães Neiva Moreira

   Verbetes


14916a / Volume 3A
NATÁLIA SILVA (NANÁ). Casou-se em São Luís com JOSÉ GUIMARÃES NEIVA MOREIRA, primeiras núpcias deste, n. 10.10.1917 em Barão de Grajaú. Em 1940 concluiu os estudos secundários na capital maranhense. Em 1942 passou a exercer o jornalismo nos Diários Associados, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, tornando-se nesse mesmo ano redator do Instituto Brasileiro do Café (IBC). Iniciou a vida política ao eleger-se no pleito de outubro de 1950 deputado à Assembléia Legislativa do Maranhão na legenda das Oposições Coligadas, constituídas pela União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Democrático (PSD), o Partido Republicano (PR), o Partido Liberal (PL), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Progressista (PSP). Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte, defendeu a criação da Petrobrás e da Eletrobrás e tornou-se líder da bancada oposicionista. No pleito de outubro de 1954 elegeu-se primeiro suplente de deputado federal pelo Maranhão na legenda do PSP. Deixando a Assembléia em janeiro de 1955, ocupou uma cadeira na Câmara em fevereiro seguinte. Em 1956 tornou-se vice-líder da minoria e do PSP, tendo sido também um dos fundadores da Frente Parlamentar Nacionalista (FPN), grupo suprapartidário criado basicamente por deputados do PTB, PSD, UDN e do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Atuante na Câmara, a FPN dispunha-se a viabilizar uma plataforma nacionalista voltada para a condenação à intervenção do capital estrangeiro na economia nacional, especialmente no setor energético, e à remessa de lucros para o exterior. Em 1958, integrou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) encarregada de investigar as circunstâncias em que se instalou no Brasil a Américan Can Company, empresa norte-americana fabricante de latas, bem como os efeitos da Instrução n$ 113 da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) sobre a economia brasileira. Novamente vice-líder do PSP em maio de 1958, elegeu-se em outubro desse ano deputado federal pelo Maranhão na legenda das Oposições Coligadas, que reuniam então o PR, a UDN e o Partido Democrata Cristão (PDC). Nessa legislatura participou das comissões de Economia, de Legislação Social e de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, presidiu a Comissão de Transferência da Capital Federal para Brasília e foi segundo-secretário da mesa da Câmara em 1959 e 1960. Adepto do princípio da auto determinação dos povos e de uma posição não alinhada em relação aos grandes blocos, apoiou a Revolução Cubana de 1959 e o reatamento das relações diplomáticas e comerciais com a União Soviética em 1961. Segundo o Correio Brasiliense de julho de 1962, era partidário de um amplo intervencionismo estatal na economia, da nacionalização dos depósitos bancários e de todos os serviços públicos, assim como do monopólio estatal da exploração das riquezas do subsolo, das telecomunicações e dos transportes aéreos, ferroviários e marítimos. Defensor de uma reforma agrária simultaneamente coletivista e cooperativista, considerava necessária a mudança da Constituição de forma a adotar outro processo de indenização nas desapropriações que não o do pagamento prévio desse dinheiro. Defendia ainda a reforma eleitoral, com o voto para os analfabetos e a cédula única em todos os pleitos. Reeleito em outubro de 1962 na legenda do PSP, tornou-se, ainda durante o governo de João Goulart, um dos mais incisivos defensores das reformas radicais, atuando em consonância com Leonel Brizola. Com o golpe militar de março de 1964, teve o mandato cassado em abril seguinte pelo Ato Institucional n$ 1 (9/4/1964). Ainda em abril, o novo governo proibiu a edição do diário maranhense Jornal do Povo, de sua propriedade. Exilou-se então na Bolívia, seguindo de lá para o Uruguai e, depois, para o Peru, onde trabalhou como editor internacional do jornal El Commercio. Em sua jornada no exílio fixou-se em Buenos Aires, onde passou a editar a revista mensal Tercer Mundo, posteriormente denominada Cuadernos del Tercer Mundo. Com a radicalização política da Argentina durante o governo de Isabelita Perón, o que tornou impossível a edição de sua revista, seguiu em 1976 para o México, de onde retornou ao Brasil em outubro de 1979, após haver sido beneficiado pela Lei da Anistia (28/8/1979). Recebido em São Luís por uma comissão de deputados do grupo "autêntico" do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e saudado por uma grande manifestação popular, declarou que não poderia ficar tranquilo enquanto existissem presos políticos no país e que a anistia deveria ser ampla, "pois não existe democracia pela metade". Indagado sobre a reformulação partidária, afirmou ser favorável à organização em bloco da oposição para poder "não só tomar como também assumir o governo". Com a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a subsequente reformulação partidária, vinculou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), liderado por Leonel Brizola. Presidente Nacional do PDT (1991-1993). Em junho de 1980 retornou às suas funções no IBC (Beloch, 1984:2290).
Pais de: