MANUEL CARVALHO DE ALMEIDA, n. (?) na freguesia de Videmonte, orago de São João Baptista, concelho de Linhares (hoje extinto), em Portugal, f. certamente depois de 1741, na casa-grande da fazenda Boa Esperança, localizada no antigo distrito da povoação de Santo Antônio do Surubim do Campo Maior, mais tarde pertencente ao município de Livramento, atual José de Freitas. Segundo Cláudio Bastos, a fazenda Boa Esperança, que originalmente se localizava no antigo município de Campo Maior, já era propriedade de Manuel Carvalho de Almeida em 1697 [Bastos, 1994]. Essa fazenda foi fundada no primeiro quartel do século XVIII, nas nascentes do rio Marataoã, formador do Longá, e sua casa-grande foi construída no lugar que mais tarde daria origem à cidade de Livramento, atual José de Freitas. A capela adjunta à casa-grande foi construída provavelmente em 1740. A atual matriz de Livramento foi edificada em 1777.
Manuel Carvalho de Almeida participou, por própria conta, de guerras contra os índios aldeados no Norte do Piauí, principalmente os que ocupavam as cabeceiras dos rios do norte do estado até a barra do rio Parnaíba, bem como os aldeados na margem esquerda do rio, que lindava com o nordeste do Maranhão até a abertura do rio em delta no Atlântico. Em 1713, o governador-geral da capitania do Grão-Pará e Maranhão, Christovão da Costa Freire, nomeou-o para o posto de comissário-geral da cavalaria do Piauí, certamente pelo sucesso de suas guerras contra os índios aldeados no norte da capitania, na região conhecida hoje como Baixo Parnaíba. Manuel Carvalho de Almeida era até então oficial da conquista, auxiliar imediato do capitão Bernardo Carvalho de Aguiar, este comandante da conquista do Piauí em <1713>, encarregado de fazer guerra às tribos indígenas da região hoje conhecida como Baixo Parnaíba. Em 1721, as tribos indígenas do norte do Piauí haviam sido "pacificadas" por Bernardo Carvalho de Aguiar, seu filho Miguel Carvalho de Aguiar e Manuel Carvalho de Almeida.
Em nome de Manuel Carvalho de Almeida e de sua esposa, Clara da Cunha e Silva Castello Branco [primeira do nome], foram requeridas as sesmarias São Pedro e Boa Esperança respectivamente, em terras onde haviam instalado suas fazendas. Receberam em 03-08-1741, por intermédio do governador e capitão-geral do estado do Maranhão, João Abreu de Castello Branco, as datas concedidas pelo governo de Portugal. Nelas está hoje localizado o município de José de Freitas, antes Livramento.
Manuel Carvalho de Almeida foi considerado por vários autores como filho de Belchior Gomes da Cunha e de Izabel Rodrigues (Borges, 1878:62; Ferraz et al, 1926:18; Mello, 1991, p. 28-29, 32, 78, 85). Segundo alguns autores, sobrinho de Bernardo Carvalho de Aguiar (n. em vila Pouca de Aguiar, em Portugal, f. 1730 no Maranhão. Em 1696 residia na fazenda Bitorocara, atual município de Campo Maior, situada na confluência dos rios Longá e Surubim. Nela construiu uma igrejinha inaugurada em 12 de novembro de 1712, com celebração da primeira missa pelo padre Thomé de Carvalho e Silva [v. 40.612].
VER MAIS EM artigo de Reginaldo Miranda - A fundação de Campo Maior.
Manuel Carvalho de Almeida casou-se em <1714>, em São Luís, com CLARA DA CUNHA E SILVA CASTELLO BRANCO [primeira do nome] [41.101a], n. <1685> em Lisboa, f. na casa-grande da fazenda Boa Esperança, em Livramento, atual José de Freitas [v. 40.003]. Filha de Francisco da Cunha Castello Branco [v. 40.001]e de Maria Eugênia de Mesquita. Foram pais de: