História de Domingos Affonso Ferreira [1º]


Verbetes / Volume
30024 / V.6
DOMINGOS AFFONSO FERREIRA [1º do nome], n. 14-02-1737 na freguesia de Santa Maria Madalena, do lugar Bustelo (hoje, cidade), na Vila da Ponte, termo da vila de Monte Alegre, comarca de Chaves, bispado de Braga, província de Trás-os-Montes, em Portugal, f. 05-02-1804 no Recife, s. na capela da Ordem Terceira de São Francisco, onde era irmão e ministro.
Filho de Simão Affonso e de Isabel Pires (n. no lugar Bustelo), irmã de Domingos Pires Ferreira [v. 30001] [Pires Ferreira, v.1, p. 1]. Isabel Pires e Domingos Pires Ferreira eram filhos de Domingos Pires [do Penedo] (b. 06-04-1681 no lugar Bustelo) e de Domingas Gonçalves [Ferreira] (n. na freguesia de São Tomé da Parada do Outeiro, comarca de Chaves), que se casaram em 06-10-1700, dadas as denunciações na forma do Sagrado Concílio Tridentino e não havendo impedimento, na freguesia de Parada do Outeiro [assento no cartório de Parada do Outeiro, fl. 53v.]. Netos paternos de Antônio Pires e de Isabel Ferreira (do lugar Bustelo). Netos maternos de Pedro Gonçalves e de Maria Álvares, moradores de Parada do Outeiro, casados em 04-05-1670, após as denunciações na forma do Sagrado Concílio Tridentino. Bisnetos materno-paternos de Braz Gonçalves e de Maria Esteves, ambos do lugar e freguesia de São Tomé da Parada do Outeiro.
Domingos Affonso Ferreira foi o primeiro desse nome a chegar a Pernambuco. Não era descendente de nobres, não trazia brasões na bagagem. Todos os seus ancestrais foram lavradores de terras próprias ou alheias na freguesia de Santa Maria Madalena, do lugar Bustelo. Chegou ao Recife ainda garoto, tendo vindo para morar com seu tio Domingos Pires Ferreira [v. 30001] (irmão de sua mãe, Isabel Pires) e trabalhar com ele no comércio, na loja de fazendas de que era proprietário. Com a ajuda do tio, em pouco tempo Domingos Affonso Ferreira prosperou e teve sua própria loja. Ainda era solteiro, conforme processo de habilitação ao Santo Ofício iniciado no ano de 1765 [maço 48, documento 795 da Torre do Tombo, em Lisboa]. Chegou a ser um dos homens mais ricos de Pernambuco em sua época. Domingos Affonso Ferreira e o seu genro Bento José da Costa, foram sócios em grandes empreendimentos rurais, principalmente na pecuária no Rio Grande do Norte. Domingos Affonso Ferreira recebeu duas cartas de Data e Sesmaria, de números 583 e 584, arquivadas no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, que faziam parte das sobras do Sítio chamado Madeira e do Amargoso nas Salinas, e a outra de sobras de terra do Sítio da Entrada e das terras de Nossa Senhora do Carmo na Barra do Rio Mossoró. Adquiriram as terras de Dona Francisca Rosa da Fonseca, com suas fazendas de gado que possuía no Sertão e na Barra do Rio Assú, que incluía a Cacimbas do Viana (hoje, Porto do Mangue), e a atual Macau, além de várias pequenas Ilhas como a desaparecida Ilha de Manoel Gonçalves. Sobre os empreendimentos rurais de Domingos Affonso Ferreira e Bento José da Costa, no Rio Grande do Norte e sobre as escrituras, inventários e testamentos destes, é indispensável consultar "Ilha de Manoel Gonçalves, vida e morte" de João Felipe da Trindade, 2016 e (Trindade, 2011; Trindade, 2013). Domingos Affonso Ferreira era sobrinho materno de Domingos Pires Ferreira (ver volume 6, verbete 30.001) e primo legítimo de José Pires Ferreira (volume 4, verbete 120), que foi do Recife para a região da cidade da Parnaíba, no Piauí, nesta mesma época, fins do século XVIII, onde seu sogro João Paulo Diniz tinha grandes empreendimentos agro-pécuários, incluindo a indústria e o comércio de carnes secas. Uma observação a fazer é que na junta governativa de Pernambuco de 1817 tinha vários parentes de Domingos Affonso Ferreira: Felipe Nery, seu filho; Gervásio Pires Ferreira, seu primo; Bento José da Costa, seu genro; o padre Laurentino Antonio Moreira de Carvalho, que era Secretário da Junta, possivelmente seu cunhado, pois o sogro de Domingos, como vimos, era o Capitão Laurentino Antonio Moreira de Carvalho, mesmo nome do padre.
Casou-se em 14-07-1767 no Recife, por volta das oito horas da noite, na igreja do Santíssimo Sacramento, na freguesia de Santo Antonio, tendo como padrinhos Domingos Pires Ferreira [v. 30001] e Maria Damiana de Lima, com MARIA TEODORA MOREIRA DE CARVALHO [30024a], b. 01-08-1748 na matriz do Corpo Santo, no Recife, f. 09-12-1803 no Recife, s. na capela da Ordem Terceira de São Francisco, ordem que professou em 08-12-1770, depois de terminado, para ela, o processo de habilitação ao Santo Ofício, no qual foram feitas inquisições sobre seus pais e bisavós.
Filha de Laurentino Antônio Moreira de Carvalho (n. no Recife; capitão) e de Ana Maria de Lima (n. no Recife). Neta paterna de Lourenço dos Reis Moreira (médico) e de Maria Antônia Teodora Moreira de Carvalho. Bisneta paterna de Manoel dos Reis Moreira e de Maria do Ó [...], moradores da freguesia de N. Sa. do Pópulo da Vila das Caldas [Z. Fonseca, p. 135-43; Lins, t.1, p. 213].
O testamento de Domingos Affonso Ferreira encontra-se no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano no Recife.
Domingos Affonso Ferreira e Maria Teodora Moreira de Carvalho foram pais de: