31647 / V.6 JOSÉ MARIANNO CARNEIRO DA CUNHA, n. 08-08-1850 na casa-grande do engenho Caxangá, no distrito de Ribeirão, na época pertencente ao município de Gameleira, f. 08-06-1912 no Rio de Janeiro. Seu corpo embalsamado foi transportado para o Recife, onde foi sepultado. José Marianno passou a infância e a adolescência em engenhos; o ambiente, bem como a estrutura das casas-grandes e das senzalas, em muito o influenciaram. Foi para o Recife cursar direito, onde encontra Joaquim Nabuco [v. 32442]. Forma-se em 1870 e logo se identifica com o movimento abolicionista, que se alastrava entre as camadas populares e nos meios políticos e intelectuais. José Marianno funda no Recife o jornal A Província, que defendia a libertação dos escravos. Deputado à Assembleia Geral por Pernambuco [1878-85]. Deputado sob o governo monárquico [1886-89]. Deputado sob o governo republicano, sendo eleito para a primeira legislatura, para a segunda (embora se achasse preso, implicado na Revolta de 1893) e para a terceira [1897-99]. Após o falecimento de sua esposa, dona Olegarinha, afasta-se das lutas políticas. Em 1899 é presenteado com um cartório de títulos e documentos pelo presidente Rodrigues Alves, na Rua do Rosário, no Rio de Janeiro [Barata, Cunha Bueno, t.1, v.1, p. 647-50; Bevilaqua, v.1, p. 194]. Heroi da Abolição e tribuno idolatrado pelo povo pernambucano. JOSÉ MARIANNO CARNEIRO DA CUNHA casou-se no Recife com sua prima OLEGÁRIA ADELAIDE DA COSTA GAMA [OLEGARINHA, OLEGÁRIA MARIANNO] [31647a], n. no Recife, f. 24-04-1898. Filha de Olegária Adelaide Gama Duarte (n. 1827 no Recife, f. 1915 tb. no Recife). Sobrinha de João Duarte, casado com Delphina Velloso da Silveira Carneiro da Cunha, irmã de José Marianno Carneiro da Cunha. Dona Olegarinha teve papel marcante na vida do marido nas lutas pela abolição da escravatura em Pernambuco. Por sua dedicação à causa abolicionista, era chamada "mãe dos pobres", "mãe do povo" e "mãe dos escravos". Sempre protegia os escravos fugitivos, roubados das senzalas ou alforriados, escondendo muitos deles nos porões de sua casa no Poço da Panela, hoje um bairro do Recife. Quando da prisão do marido, continuou a lutar bravamente em prol da abolição. Ao falecer, José Marianno encontrava-se no Rio de Janeiro e por conseguinte não pôde assistir aos funerais de sua amada esposa. Conta-se que, com o falecimento de d. Olegarinha, foram muitos os negros que se suicidaram, perdidos, uns envenenando-se, outros se jogando no rio Capibaribe. José Marianno Carneiro da Cunha e Olegária Adelaide da Costa Gama [Olegarinha] foram pais de: |